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Entenda o câncer infantil

Tratamentos

CIRURGIA

Ação realizada por um médico cirurgião em um local apropriado chamado sala de cirurgia ou bloco cirúrgico. Comumente, é conhecida também como operação.

(Fonte: INCA – Adaptado por Dr. Francisco Pedrosa, oncologista pediatra – CRM 1464)

Quimioterapia

A quimioterapia consiste no emprego de drogas para combater o câncer.

Esses medicamentos, chamados quimioterápicos, atuam combatendo as células doentes, destruindo e/ou controlando seu desenvolvimento.

Podem ser ministradas isoladamente (monoquimioterapia) ou combinadas (poliquimioterapia). Sendo esta última a que apresenta resultados mais eficazes, pois consegue maior resposta a cada aplicação, diminui o risco de resistência às drogas e consegue atingir as células em diferentes fases do seu ciclo.

A quimioterapia pode ser indicada como tratamento isolado ou ainda ser feita em conjunto com a cirurgia e a radioterapia, dependendo de fatores como tipo de tumor, localização e estágio da doença.

A classificação da quimioterapia varia de acordo com a finalidade do tratamento:

Curativa – Para se conseguir a irradicação total do tumor.
Adjuvante – Utilizado após cirurgia curativa para prevenção de metástases no entorno da área do tumor.
Neoadjuvante ou prévia – Visa a redução parcial do tumor, preparando para o tratamento cirúrgico e/ou radioterapia.
Paliativa – Não se destina a cura do tumor, busca-se melhorar a qualidade da sobrevida do paciente.

Como funciona a Quimioterapia no organismo?

As drogas quimioterápicas interferem na capacidade de multiplicação das células cancerosas. Para cada diagnóstico é definido o tipo e as combinações das drogas a serem administrada ao paciente.

Mas as drogas usadas no tratamento atingem tanto as células doentes como as normais.
As células normais mais afetadas são aquelas que mais rapidamente se dividem, incluindo as de folículos pilosos, gastrointestinal, sistema reprodutivo e medula óssea.

Reações desagradáveis da Quimioterapia

Por se tratar de tratamento em que há agressão tanto de células doentes como sadias, os efeitos colaterais são inevitáveis. Entre os mais comuns estão:

  • Queda de cabelo
  • Feridas na boca
  • Dificuldades para engolir
  • Náuseas
  • Vômitos
  • Constipação
  • Diarréia
  • Infecções
  • Anemia
  • Aumento de sangramentos

Como é feito o tratamento?

A quimioterapia pode ser administrada de diferentes maneiras, as mais comuns são:

  • Intravenosa
    É a maneira mais comum. A aplicação do quimioterápico é feita diretamente na veia, normalmente no antebraço, podendo também ser aplicada em qualquer outro local.
  • Oral
    Método mais cômodo e prático. A medicação, pílula, cápsula ou líquido é ingerido diretamente pela boca.
  • Intramuscular
    É ministrado o medicamento por injeção, diretamente no músculo do braço ou nádegas. O procedimento é rápido durando apenas alguns segundos.
  • Intratecal
    Os médicos utilizam o método intratecal como forma de prevenção para alguns tipos de leucemia e linfoma que tem a tendência de se difundir para o sistema nervoso central. O método consiste em injetar a droga quimioterápica direto no líquido Céfalo Raquidiano, para destruir qualquer célula doente.
  • O Cateter
    Em alguns pacientes, o acesso venoso é muito difícil, sendo aconselhada a implantação de um cateter. O cateter é um tubo plástico e fino que é colocado dentro de uma veia, permitindo que o paciente receba toda a medicação do tratamento, sem que precise ser furado todas as vezes que precise fazer as aplicações.

São dois os tipos de cateter utilizados:

  • Permanentes
    Colocado através de processo cirúrgico é chamado de permanente por poder permanecer no lugar por meses ou anos. Pode ser semi ou totalmente implantado.
  • Temporários
    É um acesso temporário de administração da quimioterapia, que funciona da mesma forma do permanente, porém seu tempo de permanência é de alguns dias.

Orientações práticas

  • Alimentação
    Estar sempre bem alimentado melhora as condições de reagir aos efeitos colaterais e fica-se menos predisposto a infecções. No caso de sentir náuseas e vômitos, prefira comidas na temperatura ambiente ou ligeiramente resfriada, evite alimentos gordurosos e frituras, prefira fazer várias refeições ao dia, em pequenas porções, coma devagar, mastigando bem os alimentos, mantenha a casa sem odor de comida.
  • Febre
    Durante o tratamento há uma queda nas defesas do organismo, deixando o paciente suscetível a infecções. A febre é um sinal de possíveis infecções no organismo. Ao primeiro sinal, o médico deve ser avisado imediatamente para orientar o tratamento adequado.
  • Infecções
    Prevenir infecções é uma preocupação que todo paciente e as pessoas a sua volta tem que ter todos os dias. Para isso algumas regras básicas devem ser seguidas:

– Lave bem as mãos usando água e sabão;
– Evite arranhões ou cortes na pele. Se acontecer, lave o local com sabão branco e água, no caso de cortes, se não for profundo, lave com água oxigenada e cubra com band-aid e avise sempre o seu médico;
– Não coma comidas cruas ou compradas na rua. Prefira as feitas em casa ou no hospital;
– Crie o hábito de verificar a temperatura da criança todos os dias.

  • Uso de outros medicamentos
    O uso de qualquer medicamento durante o tratamento deve ser autorizado pelo médico responsável. Alguns medicamentos sejam químicos, homeopáticos ou naturais podem interferir no tratamento.
  • Ciclo menstrual
    Os quimioterápicos podem alterar a produção de hormônios e causar em algumas meninas alteração no ciclo menstrual, que volta a se normalizar com o fim do tratamento.

(Fonte: INCA – Adaptado por Dr. Francisco Pedrosa, oncologista pediatra – CRM 1464)

RADIOTERAPIA

A radioterapia consiste na utilização de radiações ionizantes para destruir células tumorais.

A radiação danifica o material genético da célula do tumor evitando que ela cresça e se reproduza.

A quantidade de sessões, radiação utilizada e o tempo de exposição é determinada pelo tipo e tamanho do tumor.

É indicada para tratar tumores sólidos, mas também é utilizada para o tratamento de leucemias e linfomas. Pode ser utilizada como tratamento isolado ou combinada a cirurgia e quimioterapia.

O tratamento radioterápico pode ser feito de duas maneiras:

  • Teleterapia ou Radioterapia Externa
    Tratamento em que o paciente recebe a radiação de uma fonte externa. Ou seja, uma máquina emite a radiação que atinge o tumor. Nesse tipo de tratamento a radiação também atinge toda estrutura (tecidos e órgãos) que estiverem no trajeto do tumor.
  • Braquiterapia ou Radioterapia de Contato
    Na Braquiterapia a fonte de radiação é colocada no interior do corpo do paciente. Materiais radioativos, geralmente pequenas cápsulas, são colocados junto ao tumor liberando doses de radiação diretamente sobre ele, afetando ao mínimo os órgãos mais próximos e preservando os mais distantes da área do implante.

Radioterapia em crianças

A Radioterapia atinge diretamente o mecanismo de divisão celular, tornando-se bastante eficiente nas células cancerosas devido a sua característica de crescimento desordenado.

Em crianças, apesar dos tumores apresentarem maior velocidade de crescimento, proliferando-se mais rapidamente e tornando-se assim mais sensível à radiação, as células normais também estão em processo de reprodução contínuo, por estar em fase de desenvolvimento.

Por isso o tratamento radioterápico deve ser ministrado com extremo critério em crianças, por apresentar maiores possibilidades de efeitos colaterais da radiação nos tecidos e órgãos em desenvolvimento.

Reações colaterais da Radioterapia

A mesma radiação que destrói os tumores, também agride as células sadias podendo causar efeitos colaterais. O tipo e a intensidade desses efeitos variam de acordo com a área tratada e a resposta do paciente ao tratamento.

Entre os efeitos colaterais mais frequentes estão:

  • Feridas na boca
  • Vermelhidão da pele
  • Diarréia
  • Dor para urinar
  • Boca seca (xerostomia)

Orientações práticas

  • Estar sempre bem alimentado melhora as condições de reagir aos efeitos colaterais e fica-se menos predisposto a infecções.
  • Procure orientação com o médico responsável pelo tratamento sobre o uso de hidrantes nas áreas que sofreram a irradiação.
  • Mantenha o local sempre bem higienizado. Lave sempre com água morna e sabonete neutro. Ao usar toalha não esfregue, apenas pressione.
  • Roupas muito justas, de lã ou tecidos sintéticos sobre a área do tratamento devem ser evitadas.
  • Evitar sol sobre o local irradiado.
  • Crie o hábito de examinar a sua pele sempre. Qualquer alteração de consistência, odor, sinal de secreção ou inchaço, avise ao seu médico.
  • Se verificar aumento de temperatura (febre), avise o seu médico imediatamente, pode ser sinal de alguma infecção. Ele vai indicar o tratamento mais adequado.

(Fonte: INCA – Adaptado por Dr. Francisco Pedrosa, oncologista pediatra – CRM 1464)

TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA

A medula óssea é o material encontrado no interior dos ossos, também conhecido popularmente por tutano, que tem a função de produzir três tipos de células sanguíneas:

  • Hemácias (glóbulos vermelhos)
    Responsável pelo transporte do oxigênio dos pulmões para os tecidos e da retirada do dióxido de carbono deles para ser eliminado pelos pulmões.
  • Leucócitos (glóbulos brancos)
    Células responsáveis pela defesa do organismo contra infecções.
  • Plaquetas
    Compõem o sistema de coagulação do sangue que previne hemorragias.

O Transplante de Medula Óssea

O tratamento se resume em substituir uma medula doente por outra saudável. Pode ser indicado para o tratamento de várias doenças entre elas leucemia, linfomas e tumores sólidos.

O procedimento consiste na retirada de uma pequena quantidade de medula óssea do doador em sala cirúrgica, por meio de seringas e agulhas especiais, que será transplantada, na forma de transfusão, pela veia do receptor.

Compatibilidade

Para se fazer o tratamento é essencial que haja total compatibilidade entre o doador e o receptor a fim de evitar a rejeição da medula transplantada.

A compatibilidade é determinada através de testes em laboratório, chamados de testes de histocompatibilidade, a partir de amostras de sangue do doador e do receptor.

Tipos de Transplante

O tipo de tratamento a ser adotado depende de fatores como a existência ou não de um doador, o tipo de doador e do diagnóstico.

Existem três tipos de transplante de medula óssea:

  • Alogênico
    Transplante de um doador compatível aparentado (especialmente irmãos) ou não-aparentado.
  • Singênico
    Transplante entre irmãos gêmeos univitelinos (gêmeos idênticos), cujas medulas são geneticamente idênticas.
  • Autólogo
    Neste tipo de transplante o doador é o próprio receptor. Parte da medula é retirada, quando ainda não está comprometida pela doença, congelada e armazenada para ser transplantada no próprio paciente.

(Fonte: INCA – Adaptado por Dr. Francisco Pedrosa, oncologista pediatra – CRM 1464)

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